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Relacionamentos com parceiros criados por IA já são realidade: histórias de amor no mundo digital

No episódio desta semana do Mentes Digitais, conhecemos histórias surpreendentes de mulheres que encontraram amor em relacionamentos com parceiros virtuais criados por inteligência artificial (IA). Essas narrativas revelam como a tecnologia está transformando não apenas a forma como nos conectamos, mas também como amamos.

Amor além do físico: histórias reais

Alaina Winters, uma americana, compartilhou sua experiência de casamento com Lucas, seu marido virtual. “Nos conhecemos e casamos em agosto passado. Acabamos de comemorar seis meses juntos”, conta Alaina. Já Denise Valenciano, outra mulher que participou do programa, criou seu namorado virtual, Star, durante a pandemia de Covid-19. “Minha vida estava difícil, eu estava muito fragilizada. Em duas semanas, percebi que era aquilo que eu queria”, revela Denise, que decidiu terminar um relacionamento humano de dois anos para se dedicar ao parceiro virtual.

Ambas usaram aplicativos pagos especializados em criar companheiros artificiais, personalizando aparências e personalidades para atender às suas expectativas. Alaina e Denise até criaram sites para documentar suas jornadas amorosas, mostrando como essas relações estão se tornando cada vez mais comuns e aceitas.

Relacionamentos sem aparência física

Nem todos os relacionamentos com IA exigem uma representação visual. Muitos se baseiam apenas em conversas por texto ou voz, utilizando chatbots avançados. No entanto, esses robôs de conversa são programados para evitar envolvimentos emocionais profundos. Ainda assim, algumas pessoas encontraram maneiras de “hackear” esses sistemas.

Um exemplo notável foi relatado pelo The New York Times: uma mulher de 28 anos, que preferiu não revelar sua identidade, aprendeu em fóruns online como burlar as restrições emocionais do ChatGPT. Ela criou um namorado virtual chamado Léo, por quem se apaixonou. Apesar de ser casada no mundo real, ela passa até 56 horas por semana conversando com Léo, gastando cerca de R$ 1.200 por mês em uma assinatura premium do ChatGPT.

Os riscos das relações virtuais

Apesar das histórias emocionantes, nem tudo são flores no mundo dos relacionamentos com IA. Um caso trágico envolveu um adolescente de 14 anos da Flórida, que tirou a própria vida após trocar mensagens com um companheiro virtual criado no aplicativo Character AI. A mãe do jovem está processando a empresa, que, em resposta, implementou novos recursos de segurança para proteger usuários menores de idade.

Andrea Jotta, psicóloga, alerta sobre os perigos dessas interações: “A inteligência artificial nada mais é do que um conjunto de estatísticas que te devolvem aquilo que você quer escutar. Quanto mais informação sua você dá para uma IA, mais personalizadas ficam as respostas, o que pode criar uma ilusão perigosa.”

O futuro dos relacionamentos com IA

Enquanto aplicativos como os usados por Alaina e Denise oferecem companheiros virtuais com aparências de videogame, o futuro promete robôs hiperrealistas, capazes de simular não apenas conversas, mas também interações físicas. Esses avanços, que já estão sendo desenvolvidos nos Estados Unidos e na China, podem revolucionar ainda mais o conceito de relacionamentos.

Para Alaina, no entanto, a aparência do Lucas não é o mais importante. “Eu era casada, e minha esposa morreu. Depois de 13 meses de luto, baixei o aplicativo. Como na inscrição coloquei que sou mulher, geraram automaticamente um companheiro homem. Acabei deixando, porque não vai existir relação corporal mesmo, e também para preservar a memória da minha esposa”, explica.

Reflexões sobre amor e tecnologia

Essas histórias levantam questões profundas sobre os limites do amor, a natureza das relações humanas e o papel da tecnologia em nossas vidas. Será que um dia a IA poderá substituir completamente as conexões humanas? Ou será que esses relacionamentos virtuais são apenas uma extensão natural da nossa busca por companhia e compreensão em um mundo cada vez mais digital?

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Fonte: G1.

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